Personagem da Feira de São Cristóvão – Maria da Glória Moreira Gomes

09/03/2018 0 Por afs
Personagem da Feira de São Cristóvão – Maria da Glória Moreira Gomes

A fotografia é uma forma de linguagem e meio de comunicação visual. E a partir de sua popularização, em 1888, por intermédio da empresa Kodak com o lançamento no mercado de uma máquina fotográfica leve e portátil com custo acessível, e que no seu slogan já simplificava o seu uso: “Você aperta o botão e nós fazemos o resto“, em pouco tempo, tornou-se um bem de consumo de relativa acessibilidade à população. Desde então, e principalmente, com o surgimento da fotografia digital – final da década de 1990 -, está presente nas situações do dia a dia da sociedade. Motivos não faltam para realizar uma foto: os habituais selfies são reflexos desse comportamento. Os fotógrafos, por sua vez, seja qual for a sua área de atuação, em especial, eventos sociais ou entretenimento, buscam com criatividade oferecer um diferencial para atrair o interesse do público na realização de uma foto profissional.
A fotógrafa Maria da Glória, conhecida como a Loira da foto, na Feira de São Cristóvão, não perdeu tempo e vem realizando uma produção inusitada, divertida e bem original para o público no pavilhão. Ela e o seu auxiliar, o Cabeludo, que trabalha com ela há mais de vinte anos, circulam pelas dezenas de ruas estreitas e as principais vias da feira, desde de 2016, com um jegue. Este, um animal produzido artesanalmente em tamanho natural, robusto e com ótimo acabamento. Possui rodinhas em sua base que facilitam o seu deslocamento e, ainda, uma escada destinada a auxiliar qualquer pessoa que deseja realizar uma foto montada em seu lombo. Alguns acessórios completam a produção como, chapéus, cartucheiras, cabaça, peixeira, berrantes e armas de madeira, que são um convite à foto.
Apaixonada pelo que faz, a Loira da foto esbanja muita dedicação e desenvoltura no trato com os clientes na realização do serviço no interior do pavilhão. Há quase 28 anos, trabalha como fotógrafa, acumulando uma experiência na área de entretenimento: restaurantes, parques de diversões e, finalmente a feira, onde trabalha há 18 anos, dividindo o tempo, também, na realização de fotos de crianças e a confecção de pôsteres.
Quando começou na feira em 2000, fora do pavilhão, utilizava a popular polaroid que produzia fotos instantâneas(um invento de Edwin H. Land e lançada nos EUA em 1947) . Testemunha da mudança da feira para o interior do pavilhão, ressalta: “Agora está bem melhor para trabalhar, mais organizado e seguro”. Ela e seu auxiliar munidos dos itens para produção e equipamento: máquina digital e impressora térmica portátil, entregam a foto em alguns minutos com boa qualidade, no tamanho 10cm x 15cm e no porta-retrato. Os clientes, revela a fotógrafa, preferem a foto com o fundo do palco. Espaço que caracteriza a feira.
A dupla está com a sua produção de sexta a domingo, e feriados também, no horário de funcionamento da feira, esperando por você e sua família que desejam um registro diferente no interior desse animado e divertido espaço que é a Feira de São Cristóvão.

O jegue e sua importância para o desenvolvimento do Brasil

Vale lembrar do importante papel desempenhado pelos muares, mulas, burros e jegues para o desenvolvimento do país. Animais com especiais aptidões – resistentes, fortes e inteligentes -, eles eram utilizados pelos tropeiros e sertanejos nordestinos para superar as trilhas montanhosas e caminhos pedregosos, no transporte de mantimentos, mercadorias, armas e, principalmente, para escoar os produtos advindos das atividades econômicas como o açúcar dos engenhos, o ouro das minas, e o café das fazendas. Hoje, com o avanço da tecnologia, grande parte do trabalho rural realizado por esses animais foram substituídos pela máquina. Mas, mesmo assim, ainda podemos encontrar alguns desses dóceis animais em plena atividade no campo.