Personagem da Feira de São Cristóvão – Beth Bravin – Loja Palhoça do Brasil

07/07/2017 1 Por afs
Personagem da Feira de São Cristóvão – Beth Bravin – Loja Palhoça do Brasil

    Os objetos artesanais são itens quase obrigatórios em um projeto arquitetônico. Feitos em madeira, pedra, palha, fibra ou barro; com cores, formas e texturas diferentes; do gênero popular, folclórico ou erudito, eles pontuam paredes, portas, janelas e cantos dos ambientes, que, além de humanizá-los, proporcionam infinitas combinações e composições que despertam a atenção.
A charmosa loja Palhoça do Brasil, localizada na tradicional Feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, da Elisabete Bravin, é uma das representantes dessa arte popular brasileira na cidade. Ornada com belos artesanatos em sua fachada, a loja atrai e encanta o público à sua visitação.
Beth, como é chamada, é capixaba, nasceu na roça e frequenta a feira desde que chegou ao Rio, ainda criança com seus pais, meados da década de 1970. A partir de então, não perdeu o contato com a feira onde adorava passear nos fins de semana com a sua família para comer tapioca e carne de sol.
Em 2003, quando a feira se estabeleceu no interior do pavilhão, adquiriu uma loja e começou a comercializar o artesanato. Há quase dois anos, se mudou para a Av. do Nordeste, 201-A, entrada principal, onde se encontra hoje.

“Trabalho com arte nativa mesmo, aquela que passa de pai para filho”

Fotos: Helio Motta

A Palhoça do Brasil só comercializa o artesanato brasileiro das regiões Norte e Nordeste do país. Com destaque especial para a produção de cestarias das comunidades indígenas dessas regiões, das tribos Sataré Mawés. Baniwas, Yanomami, todas da Amazônia, Tikunas (MT), Xucuru Kariri em Palmeiras dos Índios (Al), Fulniô em Águas Belas (Pe) e Pataxó (Ba).
Tem ainda a arte de raiz com as peças da família do mestre Vitalino(1909-63) – que foi um artesão ceramista popular brasileiro, considerado um dos maiores artistas da história da arte do barro no Brasil, da cidade de Caruaru (Pe). Outras atrações na loja são a cerâmica da Serra da Capivara, as rendas de filé de Alagoas e rendas da palha do buriti no Maranhão. E para completar, vassouras, bolsas, cortinas, redes, e uma infinidade de objetos para você presentear ou decorar a sua casa.
Ela aproveita para destacar alguns componentes que agregam valor a peça artesanal: sua história, matéria-prima, tempo e processo de produção. São peças únicas, exclusivas, e reforça “Trabalho com arte nativa mesmo, aquela que passa de pai para filho”.
Na simplicidade de seu relato, Beth sintetiza a sua paixão por essa arte milenar “Não sei se é de família ou de sangue que me atrai muito saber dos índios, do nordeste, do povo. Através do artesanato eu consigo mostrar isso, a cultura de cada povo.” Essa paixão pelo artesanato fez com que, em 2006, se cadastrasse no Sebrae, para participar da Fenearte (considerada a maior feira de artesanato da América Latina), além de visitar tribos indígenas. Segundo ela, contar a história da peça artesanal é fundamental para sua venda.

A importância do Artesanato

Vale lembrar que o artesanato é uma das maiores manifestações culturais de um povo, e a produção artesanal no Brasil é uma das mais significativas do mundo, não só pela sua referência cultural, mas, também, como importante atividade econômica com a geração de renda, principalmente para as camadas mais pobres, e, tornando-se ainda, uma atração turística.
Pois no artesanato, seus artistas expressam através da habilidade manual de tecer, moldar, talhar e esculpir, o mundo a sua volta, seus sonhos, sua vivência e os costumes e tradições de seus antepassados.
Beth é uma entusiasta dessa arte, e não é à toa que a sua loja leva o slogan Arte e Cultura da Nossa Terra.